sábado, 6 de março de 2010

UM GURU NA VIDA E NA MORTE

Paramahansa Yogananda entrou em mahásamádhi (a derradeira vez que um iogue abandona conscientemente seu corpo) em Los Angeles, na Califórnia, em 7 de março de 1952, após concluir seu discurso num banquete em homenagem a Sua Excelência Binay R. Sen, embaixador da índia

O grande instrutor mundial demonstrou o valor da ioga (técnicas científicas para chegar à percepção de Deus como realidade) não apenas em vida, mas também na morte. Semanas após haver partido, sua face inalterada brilhava com o divino esplendor da incorruptibilidade.

O sr. Harry T. Rewe, diretor do Cemitério de Forest Lawn, de Los Angeles (onde o corpo do grande mestre jaz temporariamente) enviou a SeIf‑Realization Fellowship uma carta com firma reconhecida, abaixo transcrita na íntegra:

"A ausência de quaisquer sinais visíveis de decomposição no cadáver de Paramhansa Yogananda constitui o mais extra-ordinário caso de nossa experiência. Se as proteínas musculares e o fluxo sangüíneo não estivessem comparativamente livre de bactérias, a deterioração do corpo deveria ter-se iniciado a partir de seis horas após o óbito.

Nenhuma desintegração física era visível no corpo, mesmo vinte dias após a morte.

O corpo estava sendo observado diariamente no Necrotério do ForestLawn Memorial-Park, desde 11 de março de 1952, o dia dos últimos ritos públicos, até 27 de março de 1952, quando o urna de bronze foi lacrada com fogo.

Durante este tempo, nenhum indício de bolor revelava-se em sua pele e nenhum dessecamento (secagem) ocorreu nos tecidos orgânicos. Tal estado de preservação perfeita de um corpo, até onde vão nossos conhecimentos dos anais mortuários, é algo sem paralelo.

Funcionários do Forest Lawn viram o cadáver de Paramahansa Yoganandauma hora após sua morte no dia 7 de março de 1952. Ele foi então levado a Mount Washington, em Los Angeles, onde muitos amigos se reuniram para contemplar seu corpo.

Para a proteção da saúde pública, é aconselhável embalsamar um cadáver que será exposto durante vários dias à visitação. O embalsamamento do corpo de Paramhansa Yogananda foi feito vinte e quatro horas após seu falecimento. Na temperatura normal, a ação das enzimas dos intestinos causa a distensão dos tecidos na região abdominal, aproximadamente seis horas após a morte. Tal distensão não aconteceu em qualquer momento no caso de Paramhansa Yogananda. Quando nosso Necrotério recebeu o corpo para embalsamamento, este não apresentou nenhum sinal de deterioração física e nenhum odor de putrefação - duas ausências incomuns, quando se trata de uma morte que aconteceu vinte e quatro horas antes.

O corpo de Paramhansa Yogananda foi embalsamado na noite de 8 de março, com a quantidade de fluidos que é normalmente utilizada em qualquer corpo de tamanho semelhante. Nenhum tratamento incomum foi ministrado.

No caso de pessoas que são embalsamadas e exibidas para os amigos por um período de duas ou três semanas, é necessário, para uma boa apresentação, o embalsamador aplicar, na face e nas mãos do cadáver, uma emulsão cremosa para os poros, a qual temporariamente previne o aparecimento externo de fungos. No caso de Paramhansa Yogananda, nenhuma emulsão foi usada. Eram supérfluas, pois os tecidos de seu corpo não sofreram nenhuma transformação visível.

Após o embalsamamento, na noite de 8 de março, o corpo de ParamhansaYogananda retornou para a sede da Self-Realization Fellowship, em MountWashington. Ao final dos ritos públicos, na tarde de 11 de março, foi fechada a tampa de vidro da urna de bronze e essa não foi mais removida. Seu corpo nunca mais foi tocado por mãos humanas.

A urna com o corpo foi levada aproximadamente às 10 horas da noite do dia 11 de março ao nosso Necrotério para observação diária. A razão deste procedimento era a esperança dos dirigentes da Self-RealizationFellowship de que dois discípulos indianos de Paramhansa Yoganandapoderiam chegar à Los Angeles algum tempo depois, quando então eles poderiam ser levados ao Necrotério para ver o corpo.

Em qualquer urna lacrada, na qual o ar não pode entrar nem sair, a umidade interna de um cadáver embalsamado forma rapidamente fungos brancos sobre a pele. Isso não ocorreria se um creme protetor fosse utilizado, o que não tinha sido feito. Uma das características da proteína muscular é quebrar os aminoácidos em ácidos de ptomaína. Quando os ácidos de ptomaína ficam ativos, deterioram rapidamente os tecidos. O corpo de Paramhansa Yogananda estava aparentemente destituído de qualquer impureza pela qual poderiam se converter proteínas musculares em ácidos de ptomaína. Seus tecidos permaneceram intactos.

Ao receber o corpo de Paramhansa Yogananda, os funcionários do cemitério esperavam observar, através da tampa de vidro do caixão, os costumeiros e progressivos sinais de decomposição física. Nossa admiração crescia à medida que os dias passavam sem trazer qualquer mudança visível no corpo em observação. O corpo deParamhansa Yogananda permanecia evidentemente num estado fenomenal de imutabilidade.

No final da manhã de 26 de março, observamos uma leve pequena mudança: o aparecimento na ponta do nariz de uma mancha marrom, de um quarto de polegada de diâmetro. Esta pequena mancha indicava que o processo de dessecamento (secagem) poderia estar finalmente começando. Porém, nenhum fungo visível apareceu.

Durante todo este tempo, as mãos permaneceram em seu tamanho normal, não revelando nenhum sinal de enrugamento ou encolhimento nas pontas dos dedos - local onde a desidratação é rapidamente observada. Os lábios, que esboçavam um leve sorriso, continuavam firmes. Nenhum odor de decomposição emanou de seu corpo em qualquer momento.Embora a urna estivesse fechada com uma pesada tampa de vidro, ela não estava hermeticamente selada.

Qualquer odor do corpo, se existisse, teria sido percebido imediatamente pelas pessoas que estivessem por perto. A natureza volátil destes odores faz-se que seja impossível não percebê-los, salvo em raras circunstâncias, que não se fizeram aplicar neste caso.

Quando foi confirmado que os dois discípulos da Índia não viriam mais para a América antes de 1953, os dirigentes da Self-Realization Fellowshipconcordaram, no dia 27 de março de 1952, em que o sepultamento do ataúde de Paramhansa fosse providenciado. A tampa de vidro interna foi então lacrada com fogo na parte mais baixa da urna; a volumosa cobertura de bronze foi colocada em cima e fixada com um selador e parafusos. O processo de selagem por fogo foi realizado nos dias 27 e 28 de março. O caixão foi removido no dia 28 de março de 1952 para uma cripta no mausoléu de Forest Lawn Memorial-Park, permanecendo lá até que um lugar definitivo para o corpo fosse providenciado pela Self-Realization Fellowship.

A aparência física de Paramhansa Yogananda em 27 de março, pouco antes de colocar-se a tampa de bronze no ataúde, era a mesma de 7 de março. Ele parecia, em 27 de março, tão cheio de frescor e intocado pela corrupção, como na noite de sua morte. Em 27 de março, não havia, em absoluto, motivo para se afirmar que seu corpo sofrera qualquer desintegração física visível. Por estas razões, declaramos novamente que o caso de Paramhansa Yogananda é único em nossa experiência.

Em 11 de maio de 1952, durante uma conversa por telefone entre um funcionário do Forest Lawn e um dirigente da Self-Realization Fellowship, foi trazida pela primeira vez toda esta história surpreendente. Previamente, o dirigente da Self-Realization Fellowship não sabia dos detalhes, pois ele não tinha estado em contato com o Diretor Mortuário, apenas com o Departamento Administrativo de Forest Lawn. No interesse da verdade, estamos felizes em apresentar este relato escrito para publicação na [revista] Self-Realization Magazine."


Forest Lawn Memorial-Park Association Inc.
16 de maio de 1952



"Paramahansa Yogananda In Memoriam" - (c) Copyright renewed 1986
Self-Realization Fellowship, páginas 121-123

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