segunda-feira, 2 de setembro de 2013


Perceba que onde a mente acaba, a meditação começa...
Em nossas vidas, tudo que fazemos é feito pela mente. Portanto, quando nos voltamos pra dentro, começamos novamente a pensar em termos de técnicas, de métodos e realizações, porque nossa experiência de vida nos mostra que tudo pode ser feito pela mente.
Tudo, exceto a meditação.
A meditação não precisa ser conquistada, basta que seja lembrada, pois ela já está lá – ela é sua natureza.
Basta voltar-se pra dentro, e ela está disponível – sempre esteve dentro de você.
Nesse momento observe a tagarelice da sua mente... E perceba que quer você esteja falando ou não, ela continua a falar internamente.
Quer você esteja acordado ou adormecido, a conversa interna continua, como uma espécie de ruído de fundo – mesmo quando você está trabalhando, dirigindo ou caminhando, a tagarelice interna continua.
A mente fala o tempo todo, mas se esse falatório interno puder ser silenciado, mesmo que durante um único instante, você terá uma breve visão do estado de não mente.
E esse é o objetivo e a essência da meditação.
Como chegar, então, a um intervalo no qual a mente para com a falação interna?
Mais uma vez, se você se esforçar para isso, estará no caminho errado. Não é necessário se esforçar, pois, na verdade, este intervalo ocorre o tempo todo, basta estar atento.
Entre dois pensamentos há um intervalo. Até mesmo entre duas palavras há um intervalo.
Para perceber isso, sua percepção de mundo precisa ser alterada. Geralmente você está atento às palavras e não aos intervalos – mude o foco.
A mente só pode ver uma coisa de cada vez. Portanto, quando você está prestando atenção nas palavras, não é possível ver o silêncio que vem depois de cada uma delas.
Então, comece a olhar nos intervalos – sem esforço, sem estresse, de forma relaxada, fácil.
Milhões de pessoas deixam de compreender a meditação porque esta palavra tomou uma conotação errada. Parece muito séria, parece sombria, parece ser algo que serve apenas para pessoas que estão quase mortas, que também são sombrias, sérias, que perderam sua festividade, alegria, contentamento.
E estas são, justamente, as qualidades da meditação.
Uma pessoa realmente meditativa é brincalhona e divertida, pois a vida é alegre para ela. A vida é uma brincadeira, e ela se diverte enormemente.
A pessoa meditativa não é uma pessoa séria, mas sim alguém que está muito relaxado.
Então nesse estado relaxado, solto, permita que sua atenção flua em direção aos intervalos.
Deixe que os intervalos se tornem mais proeminentes e permita que as palavras desapareçam aos poucos.
O silêncio é o fundo. Palavras vão e voltam, o silêncio permanece.
Quando você nasceu, nasceu como silêncio – apenas intervalos e intervalos, espaços e espaços.
Veio ao mundo com um vazio infinito, um vazio sem limites que trouxe você à vida.
E então você começou a colecionar palavras...
Nesse momento dissolva as palavras e volte ao silêncio...
OSHO

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