Quando tratamos de processos mentais, toda escolha é uma causa,inclusive as escolhas inconscientes, desprovidas de uma atuação do Livre Arbítrio. É aqui que a segunda lei superior entra em vigor: a Lei da Causa e Efeito.
Cada decisão que tomamos, seja na forma de ação ou pensamento,gera uma consequência.
Algumas escolas de pensamentos e filosofias orientais costumam chamar essa lei de Carma.
Todavia, a interpretação sobre o termo tem sido distorcida e adquiriu uma aura pejorativa de castigo ao longo do tempo.
Na verdade, não há castigo, há apenas o seguimento e a conclusão dos efeitos provenientes de escolhas feitas.
A Lei da Causa e Efeito atua invariavelmente toda vez que fazemos uma escolha. Ela todavia não se aplica apenas a escolhas conscientes. Todas as escolhas, conscientes ou não, geram efeitos diretos ou colaterais, e é isso que tem deixado a humanidade com tantas dúvidas e inquietações ao longo dos séculos, uma vez que não se consegue entender porque certas coisas acontecem sem motivo aparente.
Logo, pessoas que padecem de algum mal não entendem as razões pelas quais o sofrimento surge em suas vidas.
Uma vez que as escolhas inconscientes também geram efeitos, fica mais fácil de entender as chamadas “injustiças” que nos afligem. Já que muitas vezes não podemos verificar a origem do mal que nos está atingindo, tendemos então a perder a noção do que é a vida, do que são escolhas e do contexto mais abrangente que nos envolve a todos. Então, vemos coisas ruins acontecendo com pessoas boas e, por nossa total falta de entendimento, culpamos a terceiros, seja
Deus ou o governo.
De fato, o homem culpa a tudo e a todos por suas tribulações, mas nunca culpa a si mesmo. Ele não compreende que a origem de tudo aquilo que acontece com sua pessoa provém dele mesmo. Deste modo, foi por intermédio de uma escolha realizada no passado que ele poderá estar, por exemplo, no momento em que ocorre um acidente.
Ou seja, não há nada de castigo divino. Isso é tolice criada por motivos de manipulação religiosa. O que existem são apenas causas e efeitos.
A linearidade da matéria faz com que as decisões e ações tomadas sigam determinada direção. Se usarmos da alegoria de a vida ser um fractal fechado, as escolhas que fazemos podem em alguma ocasião convergirem com algo positivo ou negativo.
Cada nova escolha pode nos levar para perto ou para longe de determinado evento. Mas essas escolhas não são apenas intelectuais. As emoções são guias, portanto também direcionam nossos caminhos no fractal, podendo haver a convergência de igual maneira.
Eis porque é fundamental controlarmos nossas emoções. A direção que nossa vida toma está baseada em especial nas características emotivas que alimentamos em nosso interior. Assim sendo, mesmo que as escolhas acabem levando para um evento negativo, em havendo positividade e controle emocional, lidar com isso torna-se muito mais fácil.
Então, mesmo havendo circunstâncias que estão acima de nossas capacidades, a maneira como as encaramos ainda é de total responsabilidade nossa.
Ninguém escolhe sofrer um acidente de carro, por exemplo, todavia em algum ponto de sua linha de percepção temporal uma pessoa fez uma série de escolhas que acabaram levando-a a um acidente grave.
Deste modo, estar consciente e atento é fundamental para saber lidar com a vida e com o que ela pode nos oferecer. O que acontece agora é o resultado de infindáveis escolhas feitas no passado, alimentadas por emoções positivas ou negativas.
trecho do livro Potencialidade Pura, de Marcos Keld
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