quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ai de ti ocidente!!! Por Jorge Oro




Algumas pessoas tem me perguntado, há dias, a opinião sobre o que aconteceu no Nepal. Creio que só devemos comentar (olhar para)algo, quando pudermos agregar, construir, contribuir, aprendendo com o fato em si, sem usá-lo unicamente como fonte de alimentação de dores, medos e desconhecimentos.. Passados os primeiros momentos, creio que é possível aprender, então vamos comentar.

Fui ver as notícias sobre o que aconteceu, e a mídia (ou os média) ocidental é(são) de uma visão tão tacanha, e tão turva, mas tão turva, a qual só é possível, devido ao seu papel institucional(ou de estado, de política) de desconstrução, o que torna todos os veículos quase como que tentáculos de um polvo acéfalo.

As análises limitam-se a:

a) Primeiro explorar o que ocorreu do ponto de vista passional, provocando, como sempre, o envolvimento até “os ossos” daqueles que ouvem/veem as novidades, potencializando em suas almas, as dores, amores, horrores e detalhes que tem por função unicamente e exclusivamente alimentar os seres humanos do ocidente com a sua dose diária de mal estar, de tristeza, de negativa surpresa, de lógica constatação que a vida é só uma sucessão de dores, de crença na necessidade de deuses punitivos, com sua dose diária de imprevistos negativos, de descrença, de desesperança, de impaciência, de resignação ao sofrimento, de limitações, de impossibilidade, de revolta, de falta de gosto pela vida.

b) Segundo, explorar o evento em números, a tudo atribuindo valor de moeda: vai custar tantos milhões para reconstruir, o prejuízo é tantos por cento do PIB, vai ter um prejuízo para o turismo da ordem de tantos milhões, vai ter um impacto na renda per cápita da ordem de tantos por cento, etc, etc. Isto poderia chamar-se de ocidentalizar um evento, pois tudo é trazido à “tabula rasa” para ser comparado e alinhado com perdas e ganhos, em permanente tributo às supremas divindades ocidentais: os mercados, as variações cambiais, os negócios, os investimentos, os rendimentos, o dinheiro, o sucesso.

Note-se que há um termo oriental: bárbaros europeus, ou “ mlechas” usado para designar os estrangeiros, e também para designar aqueles que são escravos de suas paixões.

Uma parte do Nepal é aquela alvo do exoterismo de catálogo, das fotografias para as redes sociais, das escaladas patrocinadas, da “mística experiência” que serve de respostas às perguntas não formuladas, que se esvaem no retorno ao caos urbano, o Nepal dos mlechas, dos estrangeiros, dos mistérios menores, do comércio, dos “homens santos profissionais”, Pashpatinath, especializados no melhor ângulo de foto com os mlechas, o Nepal dos ruídos, do consumo.

Outra, o Nepal desconhecido, é o inacessível, é a do caminho de Pitágoras, da vanguarda da Raça Ária, do lar dos Brahtmas cujas pedras escritas em Vatthan narram os princípios dos dias,o Nepal da Maya-Deva, a garganta que é o caminho mais curto para Lhassa, mas que ninguém se atreve a percorrê-la por conta de seus mistérios, o Nepal da cosmogenia dos Aisvaricas(primeiro surgiu o Adi Budha), dos Svâbhâvikas(a mais antiga escola de budismo, que ainda lá existe), da dinastia dos Sakyas (a qual pertencia o rei Sudodana, pai de Sidharta, Gautama), do Mahayanismo (Grande Barca), dos adoradores das serpentes(para pedir chuva), das Lamaserias nunca encontradas, dos mosteiros nunca frequentados, dos tuneis e bibliotecas intocados, dos mistérios maiores, do silêncio.

Então, voltando a questão do evento em análise, a primeira coisa a fazer, para se ter um mínimo de chance de compreender o que realmente se passa n Nepal, é entender o conceito de vida e morte para os nepaleses.

A morte é somente a continuação da vida, sem interrupção, e a crença na reencarnação, na Agartha, em Maitreya, na Gupta-Vidya, para estes povos, é tão real quanto a necessidade ocidental de possuir e dominar coisas e pessoas.

É preciso entender um mínimo da visão dos nepaleses sobre a vida, para poder compreender um mínimo do que se passa com eles hoje. Fora disto, é só especulação, ignorância e desconhecimento.

Então, sem caos, sem histeria, ciente dos movimentos cíclicos, o Nepal será reconstruído por seu povo, que consciente(não resignado, o que é diferente) convive com os movimentos do mundo que habitam, sem traumas.

Os templos serão reconstruídos, os seus mortos serão honrados, da forma como procede.

Mas, se estes são lugares “santos”, qual a razão de a natureza de mover e provocar ajustes? Não deveriam ser preservados?

Diz-se que na época em que Padma Shambava surgiu (literalmente o nascido do Loto), no Tibet praticava-se um budismo modificado (como hoje no Nepal), onde a doutrina original mescla-se às místicas e aos ritos tantricos shivaistas, donde se originou o lamaismo.

Também, os embates entre Dugpas e Gelumgpas(ou Gyalukpas), esquerda e direita, sempre geraram resíduos e ruídos no Tibet e Nepal.

Além disto, o Dragão moveu sua cabeça para o ocidente, o ecce orient lux agora é o ecce occident lux, e assim, inexorável, o equilíbrio é buscado. O próprio trânsito dos mlechas contribui para o temporário desequilíbrio!!

Não é certo, não é errado. Não é prêmio, não é pecado. Não é cobrança, não é punição. É apenas o que é, nem mais nem menos, parte da vida, parte da evolução, parte do caminho, parte do Itinerário. Cumpriram soberbamente seu papel evolucional e a vida segue!

Então, paz, luz, força e determinação ao Nepal e a seu povo, e que a Lei se cumpra, para Glória e explendor da humanidade, dando direito às mônadas de nascerem no país do futuro.

Se reerguerão, como tantas vezes o fizeram, mas para isto precisam ser respeitados, não usados, nem incompreendidos, nem vilependiados.

O Telhado do Mundo agora é no Brasil, e daqui a LUX emana!

Agni o fogo Sagrado brota do peito da Terra, em seu Timo Brasiliensis!


É assim que vejo o Nepal! Resolvido e caminhando, ciente de ter cumprido sua parte, e a espera da grande Hora, do Senhor dos Três Mundos, Maitreya Buda!!

Ai de ti Ocidente, ai de ti humanidade, se não fosse o Brasil!!!

Fiquem bem, fiquem em paz, e externemos um grande fraterno abraço ao Nepal visível e invisível, para que tudo fique como deve ficar. O Nepal é aqui, o Tibet é aqui, e o mundo todo é o Brasil!!!

LIberdade e consciência para todos os seres.


Fraterno abraço

Jorge Antonio Oro

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